domingo, 16 de agosto de 2015

Insanidade

27 de setembro.


Essa é a última vez que eu lhe escrevo, pelo menos é o que eu espero. Estou em um pequeno restaurante à beira da estrada, aonde o cheiro de peixe mofado é insuportável, então terei que ir logo, antes que esse cheiro impregne em minhas roupas e cabelos. Pensei em pedir um café ou um suco, mas percebi que isso será difícil o suficiente para enfrentar alguma rodadas de alguma “pinga” forte e feita em casa, não morrerei por isso. 
Por onde começar ? Na verdade, tenho feito e refeito essa pergunta para mim mesma já faz alguns dias, como poderei falar-te o que se passa aqui dentro de mim ? Sofie, minha amiga “periguete”, disse para eu ficar bêbada, afinal os bêbados geralmente falam a verdade; Mas pararei de enrolar e chegarei ao ponto certo.
Desde que você se foi, minha vida mudou por completa -só não sei se fora para melhor ou pior, terei que decidir isso-. Acordo todos os dias na esperança de que você esteja deitado ao meu lado, olhando-me cautelosamente e dando seu belo e fascinador sorriso, porém nada disso acontece, quando acordo, você não está lá, seu sorriso não está lá, seu olhar não está lá, nada está, há simplesmente um vazio, um vazio incurável. 
Minha rotina tem sido a mais tediosa possível, saio de casa cedo e tento ocupar meu dia com coisas inúteis, a fim de que meus pensamentos não parem em você.
Já a noite, depois do serviço, eu geralmente me pego assistindo filmes de romance, tomando cerveja e chorando lentamente, desejando de que toda aquela coisa pegajosa de filme fosse comigo e com você; Depois de algum tempo, acordo no sofá com dor de cabeça, tomo uma aspirina e vou para a cama deita-me; Então tudo ocorre novamente…
Já tomei muitos copos dessa pinga maldita, é melhor eu parar por aqui, quem sabe a gente não se encontra por ai; Quando eu estiver sã, lhe escrevo mais.
Obs: Minha vida mudou para pior depois que você se foi, olha só para mim, jogada em uma bar no meio do nada na beira da estrada, quem diria.”
   Amanhã de manhã eu lhe escrevo mais, se a dor de cabeça não estiver insuportável.

Júlia Maria

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